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Educação e Informação

Revitalizar o currículo exige refletir sobre nossa época e o papel da escola na formação das novas gerações

Estudantes precisam desenvolver competências globais que dialoguem com as questões e os desafios do seu tempo

 

 Por María Del Carmen Chude 

 

O verbo “vitalizar” deriva do latim “vitalis”, que significa “relativo à vida”. Este verbo denota dar ou trazer vida, energia ou vigor a algo ou alguém. Quando falamos em revitalização do currículo, fazemos referência a revitalizar o projeto educativo de uma escola, que se traduz e se concretiza na proposta curricular de cada instituição.

 

Revitalizar o currículo nos exige uma pausa no ativismo do cotidiano para debater e refletir sobre nossa época e o papel da escola na formação das novas gerações. Será esta uma “época de mudanças” ou “uma mudança de época”? Qual novo arranjo nas partituras dos currículos precisaremos para dialogar com os novos mapas culturais e por que falamos em competência global?

 

Currículo vivo 

O currículo é a estrutura que rege a ação, organiza a vida da escola. Como bem o descreve o pedagogo espanhol Gimeno Sacristán, ele é como “uma partitura que dá sentido, ordem e controle às práticas educativas”. Por isso, é muito importante que as instituições de ensino centrem sua atenção na gestão pedagógica do currículo, especialmente para enfrentar os novos mapas culturais do nosso tempo que interpelam a validade, a pertinência e a relevância do que se ensina na escola. 

 

A nossa sociedade entende que a escola precisa inserir o aluno no contexto sócio-histórico do seu tempo e, por isso, é essencial que a “partitura” da escola não envelheça. Ela deve se revitalizar de tempos em tempos, retomando seus debates sobre os saberes que se impõem nos discursos dominantes, sobre o sentido que se ensina ou sobre as vozes silenciadas que ficaram à margem da escola. Será deste modo que a escola estará não apenas em sintonia com as questões contemporâneas, mas irá além delas, tornando-se, na prática, um instrumento de transformação social.




 

Competências globais no mundo atual 

Hoje vivemos em um mundo em rápida mudança, incerto e frágil. Nesse cenário marcado pela globalização, digitalização e diversidade, as pessoas devem aprender continuamente a pensar criticamente, saber usar o conhecimento, gerenciar informações, enfrentar riscos e tomar decisões. É uma situação que nos convida a pensar sobre “educar para o imponderável”, no olhar do professor Luiz Carlos de Menezes. Como preparar as crianças e os jovens para a aventura de viver e fazer a diferença em nosso mundo?

 

Vale a pena perguntar-se por que a competência global é essencial no mundo de hoje? Diríamos que as circunstâncias mutáveis e complexas exigem estar preparados para o inesperado e para enfrentar desafios críticos.

 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio de Boix Mansilla e Jackson, em 2011, tem definido competência global como "a capacidade de compreender e agir sobre questões que têm uma dimensão local, global e intercultural". Nesse conceito de competência global podemos identificar quatro dimensões:

1.    investigar o mundo;

2.    reconhecer perspectivas;

3.    comunicar ideias;

4.    agir.


Isso permite que as pessoas entendam questões globais e estabeleçam colaborações com indivíduos de diferentes origens para agir, uma vez que os desafios que a humanidade enfrenta no século XXI exigem esforços coletivos.


Em um contexto turbulento como o atual, em que mal superamos uma pandemia global e vivemos sob a ameaça de um conflito, ser globalmente competente parece ser uma forma de navegar no mundo hoje.  Projetamos uma juventude que se informa e se sensibiliza para agir com convicção na busca de soluções e de alternativas para dar visibilidade à realidade em que estamos imersos, seja quanto às questões de sustentabilidade do planeta, seja quanto aos desafios sociopolíticos.

 

Na perspectiva do currículo, será que nossos estudantes têm desenvolvido as habilidades, os valores e os conhecimentos necessários para a atuar colaborativamente em busca do bem-estar comum e do desenvolvimento social sustentável, tornando-se assim agentes de mudança? Para revitalizar o currículo precisaremos de boas perguntas, diálogos produtivos e refazer os acordos sobre o que, como e por que propor este trajeto educativo aos nossos estudantes.

 

Estamos numa época propícia para criar projetos novos! A sua escola tem um projeto para receber às novas gerações oferecendo-lhes oportunidades para desenvolver talentos para a ciência e a beleza, para a solidariedade e a harmonia, para a cidadania global e local, para envolvê-los na sua própria época? Vamos juntos fazer essa reflexão e encontrar caminhos para criar novos projetos educativos! 





 María Del Carmen Chude é consultora na área de Ciências da Educação e mentora da Testo Digital. Tem especialização em Pedagogia Transdisciplinar pela Multiversidad Edgar Morin e em Filosofia para os desafios contemporâneos pela Universidade Aberta da Catalunha.






 

O GEduc é o maior e principal Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS Educação, o evento reunirá mais de 70 palestrantes e 800 congressistas. Serão três dias - 26 a 28/03 - de imersão ao redor do tema central “A revolução da educação é hoje! Juntos para inovar e inspirar”. Garanta sua vaga: www.geducoficial.com.br

 
 
 

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