top of page

Educação e Informação

Inteligência Artificial na Educação: Transformando Desafios em Oportunidades

A revolução tecnológica impulsionada pela Inteligência Artificial (IA) tem potencial para transformar profundamente o setor educacional. Para que professores e alunos naveguem por esse cenário de maneira eficaz, é necessário abordar questões-chave relacionadas à integração dessa tecnologia nas práticas pedagógicas.


Aprender é um processo que exige esforço. A alfabetização, por exemplo, está entre os maiores desafios da educação. Muitas vezes, essa jornada é mediada por motivação extrínseca, como notas, o que pode tornar o aprendizado desgastante. Nesse contexto, a IA surge como um recurso adicional, mas também potencialmente problemático. Quando usada como uma ferramenta que simplifica excessivamente as tarefas, a IA pode reduzir o envolvimento ativo dos alunos, comprometendo o aprendizado.


O esforço, contudo, é o ponto central da educação. Delegar tarefas à IA é uma realidade inevitável, mas é essencial que esse uso estimule o pensamento crítico, sem substituir o trabalho intelectual dos estudantes. Desde os primeiros buscadores na internet até a ascensão da IA generativa, as tecnologias têm facilitado o aprendizado. Entretanto, estudos indicam que, enquanto em 2008 o dever de casa contribuiu para melhorar as notas de 86% dos estudantes, em 2017 esse número caiu para 45%, devido ao aumento da prática de copiar respostas pela internet. Esses dados mostram que, embora a tecnologia possa enriquecer o aprendizado, também apresenta riscos quando utilizada inadequadamente.


Muitos professores acreditam ser capazes de identificar o uso de IA em trabalhos escolares. No entanto, ferramentas de detecção de IA ainda apresentam limitações significativas e frequentemente geram falsos positivos. Além disso, textos gerados por IA podem ser facilmente aprimorados com ajustes simples, tornando-os quase indistinguíveis de produções humanas. Para enfrentar esse desafio, é necessário revisar as práticas avaliativas, promovendo atividades orais, produções em sala de aula e tarefas que demandem maior envolvimento dos alunos no processo criativo.





Alunos que usam IA para resolver tarefas podem acreditar que estão aprendendo, quando, na verdade, estão apenas reproduzindo respostas. Isso cria uma falsa sensação de competência, impactando negativamente o desempenho em avaliações mais complexas. O uso consciente da IA, aliado à orientação pedagógica, é fundamental para transformar esse cenário. Professores podem utilizar a IA para criar experiências que desafiem os alunos a refletirem sobre o que sabem e identificarem lacunas em seus conhecimentos.


A IA também oferece oportunidades únicas de personalização no ensino. Ferramentas de IA podem ser programadas para oferecer orientações adaptadas ao ritmo e às necessidades de cada aluno, promovendo um aprendizado mais inclusivo e eficaz. Estudos indicam que, quando usada de forma estruturada, a IA melhora tanto as notas em deveres de casa quanto o desempenho em exames finais. Para os professores, a IA pode otimizar o planejamento pedagógico, ajudando na criação de materiais didáticos, planejamento de aulas e brainstorms.


Apesar dos avanços da IA, habilidades essencialmente humanas apresentam baixa probabilidade de substituição, conforme apontado pelo relatório sobre o futuro do trabalho do Banco Mundial. Entre essas competências destacam-se:

  • Gestão de talentos: Identificar e desenvolver pessoas exige habilidades interpessoais complexas, como empatia e tomada de decisão contextualizada.

  • Pensamento analítico: Interpretar dados e formular soluções com base em variáveis éticas e culturais.

  • Empatia e escuta ativa: Compreender sentimentos e necessidades humanas de forma genuína.

  • Cidadania global: Trabalhar com diversidade cultural e compreender dinâmicas globais.

  • Resiliência e flexibilidade: Adaptar-se a mudanças inesperadas e se reinventar em cenários adversos.


Essas habilidades devem ser o foco da educação, preparando os alunos para carreiras que demandem interações interpessoais e capacidade de lidar com desafios complexos.


A integração da IA na educação não deve focar exclusivamente no controle de seu uso, mas em promover um engajamento ativo entre alunos, professores e a tecnologia. Ferramentas que incentivam a reflexão, como prompts projetados para expor lacunas de conhecimento, são exemplos de como a IA pode enriquecer o aprendizado.


A IA deve ser vista como um copiloto, funcionando como parceira que potencializa o pensamento humano, em vez de substituí-lo. Essa abordagem incentiva a criação de um ambiente de aprendizado mais colaborativo e dinâmico. A presença da IA na educação não é uma questão de futuro, mas uma realidade atual que exige uma reimaginação profunda de como ensinamos e aprendemos. O desafio não é apenas adaptar-se à tecnologia, mas utilizá-la para criar experiências de aprendizado que sejam engajantes, éticas e eficazes.


Ao colocar os professores no centro desse processo e promover um uso consciente e reflexivo da IA, podemos transformar desafios em oportunidades, moldando um sistema educacional que prepare os alunos para um mundo em constante evolução.


 

Ademar Celedônio é Diretor de Ensino e Inovações Educacionais no SAS Educação. Ele vai falar sobre os “Caminhos para melhorar a experiência do aluno usando a IA generativa própria ou não!” no GEduc 2025.


O GEduc é o maior e principal Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS Educação, o evento reunirá mais de 70 palestrantes e 800 congressistas. Serão três dias - 26 a 28/03 - de imersão ao redor do tema central “A revolução da educação é hoje! Juntos para inovar e inspirar”. Garanta sua vaga: www.geducoficial.com.br

 
 
 

Commenti


categorias
Categorias
Contato
logho.png
Telefone:
(11) 5535-1397
Endereço:
R. Barão do Triunfo 550 - Cj. 35 - Brooklin São Paulo - SP
CEP:
04602-002
WhatsApp:
(11) 96855-0247
bottom of page