FAMÍLIA X ESCOLA OU FAMÍLIA + ESCOLA. COMO SUA INSTITUIÇÃO ESTÁTRATANDO ESSE TEMA?
As nuances da pandemia trouxeram a tona um dos assuntos mais relevantes dentro de um serviço educacional; o relacionamento. Quando pensamos em adquirir algo que não conseguimos enxergar, não conseguimos mensurar e nem realizar qualquer teste de forma antecipada, nossa confiança recai para àqueles que dão a vida e compõem o rosto desse serviço educacional. Sentir-se bem a ponto de confiar é algo primordial para qualquer relacionamento, por que seria diferente na Escola?
As relações humanas sempre foram o ponto crucial para as civilizações existirem. Foram impostas regras para que a harmonia prevalecesse, respeitando o espaço de cada um para a criação de vínculos duradouros.
Quando pensamos na composição de uma Escola temos diversos tipos de pessoas dentro de um mesmo ecossistema, cada qual com seus anseios de expectativa para o que aquele lugar representa. A gestão ou direção escolar, objetiva manter a sustentabilidade da Instituição. Os docentes e equipe administrativa, organizam a Escola para que ela se mantenha viva e ativa, promovendo o conhecimento. A família exterioriza o futuro do seu filho para dentro da Instituição. E o aluno, confia que se tornará quem ele deseja ser por meio daquela Escola.
Percebemos então que não se trata de uma única relação, afinal quando algum elemento do ecossistema não está equilibrado, toda a harmonia desaba. Por isso que pensar no relacionamento família-escola vai muito além de quem só participa desse binômio. É preciso pensar além. É imprescindível olhar ao redor.
Se importe com quem está com você durante a jornada
Com a pandemia, nos vimos ansiosos para nos relacionarmos bem com as famílias. O que não é errado (muito pelo contrário). Mas o que é importante destacar aqui é que para haver um relacionamento excepcional, a pessoa que está na ponta precisa estar nessa mesma sintonia.
Cuidar dos docentes. Essa precisa ser uma tarefa que antecede o relacionamento familiar, visto que eles são as pessoas que estarão entrando na casa dos alunos, todos os dias letivos, até que haja uma esperança de volta à normalidade.
Mais paciência. Maior demanda de trabalho. Ouvir a instabilidade emocional dos alunos e dos pais. O Professor precisa estar bem para oferecer um relacionamento no mesmo nível, do contrário haverá uma inflamação maior na “ferida” promovida pela pandemia.
Ouça seu docente, promova rodas de conversa, momentos de descontração e pesquisas que o incluam dentro das ações da Escola. Nada melhor do que ter alguém para decidir que está envolvido na situação. Não os deixe de fora; acolher de forma humana é o melhor caminho.
Quando envolver questões salariais devido à redução de jornada de trabalho, seja transparente. Exponha os motivos da Escola, criem soluções em conjunto. O isolamento social nos mostrou que não progredimos sozinhos. Essa é uma lição que nos esquecemos quando está tudo bem.
Família + Escola
Com toda a comunidade educativa alinhada com o propósito educacional, agora é hora de cuidar das famílias.
A Instituição de Ensino virou alvo de muitas críticas durante a pandemia. Se não fornecia aulas presenciais, era um desrespeito com as famílias que não tinham com quem deixar seus filhos. Se oferecia, era uma despreocupação com a saúde e com a vida. Sem falar dos descontos progressivos e sem controle das mensalidades, tudo para agradar a ansiedade das famílias.
Pensar e respirar, não é algo que comumente fazemos quando tudo parece estar fora do controle. Mas é preciso. Ter um Comitê de Crise dentro da Instituição de Ensino foi um diferencial para agir de forma prudente e coerente ao cenário de curto, médio e longo prazo.
Mais uma vez as palavras mais importantes para se manter um excelente atendimento com as famílias foram a transparência e o cuidado humano.
A transparência é essencial para que os pais continuem acreditando na Escola e a apoiem, para construírem juntos o melhor caminho. Por isso que compartilhar pesquisas de satisfação para avaliarem juntas itens da rotina escolar é muito importante: retorno das aulas presenciais, protocolos de segurança, melhorias no ensino remoto, alfabetização a distância, etc.
E o cuidado humano abraça virtualmente por meio de rodas de conversa, escuta, adaptação de eventos presenciais para o ambiente remoto, partilha de boas notícias, divulgação de entretenimento, dicas, e outras atividades que acalmam o coração e preenchem a alma de esperança.
Conquistar ou fidelizar alunos?
A corrida pelas matrículas e rematrículas nunca esteve em um grau de expectativa tão grande. Contudo, talvez este ano pudemos ver Instituição de Ensino se lembrando de que conquistar e fidelizar alunos é uma tarefa contínua a ser feita durante todos os dias letivos.
Um dos pontos cruciais analisados pelos pais foi o comportamento da Escola frente à pandemia. Houve aula remota? Funcionou? Meu filho aprendeu? E para o ensino híbrido, quais cuidados tiveram? Como foi o relacionamento comigo e com o meu filho?
Se sua Escola fez a lição de casa, a vitrine digital funcionou. E, se mesmo na pandemia, as famílias puderam se sentir acolhidas, certamente promoveu-se o marketing. Essa perspectiva deve existir independente do cenário mercadológico.
Andréa Tavares é Fundadora e CEO da Agência Bear, Executiva de Marketing Educacional há 8 anos. Foi palestrante no GEduc 2021, durante a XVII JORNADA DE MARKETING EDUCACIONAL.
Nice post