Conexão da educação básica, superior e profissional promove o sucesso acadêmico e profissional dos jovens
Integração entre essas etapas ajuda no desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade
Integrar educação básica, superior e profissional possibilita uma visão mais ampla do sistema educacional brasileiro, facilitando a identificação e a resolução de desafios e potencializando oportunidades de desenvolvimento para os estudantes.
“A conexão entre essas etapas e propósitos educacionais promove a formação integral dos alunos e vai além do aprendizado acadêmico, preparando o jovem para o mercado de trabalho”, afirma Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do SENAI. “Permite também a aplicação prática dos conhecimentos teóricos, aprimorando as habilidades e competências específicas para o exercício profissional”, acrescenta.
Essa articulação facilita ainda o acesso à educação superior e a continuidade no aprendizado profissional ao longo da vida, possibilitando a democratização do ensino e a igualdade de oportunidades, especialmente para estudantes de baixa renda e grupos minoritários. E propicia o acesso a novas tecnologias e conhecimentos, garantindo a atualização profissional e a adaptação às demandas do mercado de trabalho.
O superintendente cita outros ganhos. A continuidade nos estudos, com percursos bem definidos e integrados, diminui as chances de evasão escolar, incentivando a progressão acadêmica e desenvolvendo a capacidade de aprender, adaptar-se e buscar a qualificação constante. “Além disso, indivíduos mais qualificados contribuem para o desenvolvimento socioeconômico do país, impulsionando a produtividade e o acesso a boas perspectivas de carreira e renda no mercado de trabalho".
A integração entre as etapas do ensino, portanto, não só prepara os jovens para o futuro profissional, mas também os capacita a seguirem aprendendo ao longo da vida, característica que cada vez consolidada no mundo do trabalho.
Como fazer essa integração
Para criar mecanismos de articulação entre as instituições de ensino, um dos caminhos é estabelecer parcerias entre escolas de educação básica, universidades e instituições de educação profissional. Essa cooperação possibilita construir propostas conjuntas e facilitar o reconhecimento e aproveitamento de estudos, bem a transição entre as etapas e os tipos de formação.
Felipe aponta que uma alternativa é construir projetos pedagógicos articulados, definindo objetivos comuns, estratégias de ensino e mecanismos de avaliação que contemplem as diferentes etapas da formação. “Isso é essencial para garantir a coerência e a continuidade dos estudos e permite a construção de percursos formativos mais integrados, que valorizam a diversidade de saberes e maximizam o aproveitamento da aprendizagem.”
Também é importante oferecer programas de orientação vocacional e profissional, que auxiliam os estudantes na escolha de carreiras e na construção de seus projetos de vida, e flexibilizar currículos e metodologias. “Adotar práticas pedagógicas inovadoras que promovam a interdisciplinaridade e a integração entre os diferentes níveis de ensino, considerando as necessidades e os interesses dos estudantes”, detalha o superintendente.
“Essa abordagem pedagógica estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e da criatividade, habilidades cada vez mais valorizadas, pois são essenciais para a resolução de problemas complexos e para a inovação.”
Ele destaca ainda mais três ações que contribuem para essa articulação:
Promover a oferta de cursos de educação profissional em escolas de educação básica: ampliar o acesso à educação profissional, permitindo que os estudantes concluam o ensino médio com uma qualificação profissional.
Utilizar tecnologias digitais para conectar as diferentes etapas da educação: plataformas online, ferramentas de comunicação e recursos digitais podem facilitar a integração entre os diferentes níveis de ensino e o acesso à informação.
Incentivar a participação dos estudantes em projetos de pesquisa e extensão: estimular a produção de conhecimento e a aplicação prática dos saberes, integrando ensino, pesquisa e extensão.
Principais desafios e como superá-los
As instituições de ensino possuem estruturas e culturas organizacionais distintas, o que pode dificultar a integração entre as etapas. Para superar esse desafio, Felipe propõe promover o diálogo e a colaboração entre as instituições, buscando a construção de uma identidade comum e de objetivos compartilhados.
Ele também aponta que a falta de coordenação entre as políticas de educação básica, superior e profissional pode gerar fragmentação e dificultar a integração entre as etapas e os tipos de formação. “É necessário fortalecer a articulação entre os diferentes órgãos governamentais, buscando a implementação de políticas públicas integradas que promovam a continuidade dos estudos”, salienta.
Outro ponto a ser considerado é a resistência à mudança. A implementação de novas práticas e modelos de ensino pode gerar resistência por parte de professores, gestores e estudantes. “Por isso, é preciso promover a formação continuada dos profissionais da educação, sensibilizando-os para a importância da integração entre as etapas e incentivando a adoção de práticas inovadoras.”
Benefícios para estudantes, instituições de ensino e empregadores
Entre as vantagens dessa integração para os alunos, Felipe menciona uma formação mais completa e qualificada, que pode ampliar as oportunidades de ingresso no mercado de trabalho e de desenvolvimento profissional.
Ele também ressalta a maior motivação para os estudos, com percursos mais claros e objetivos, e sem a necessidade de desperdício de tempo dedicado a conteúdos repetidos. “Ainda podemos acrescentar menor tempo na trajetória de formação, desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para o sucesso acadêmico e profissional e melhores condições de inserção e permanência no mercado de trabalho”, completa.
Já as instituições de ensino podem ter redução da evasão escolar, aumento da eficiência do sistema educacional e maior visibilidade e reconhecimento social, com a formação de profissionais mais qualificados e preparados para o mundo do trabalho. “Tudo isso contribui para o fortalecimento da relação com a comunidade e com o setor produtivo”, comenta Felipe.
O superintendente diz que os empregadores também são beneficiados com o acesso a profissionais mais qualificados e preparados para as demandas do mercado de trabalho e a redução dos custos com treinamento e capacitação de funcionários. “Ainda devemos considerar o aumento da produtividade e da competitividade das empresas e todo esse conjunto favorecendo o desenvolvimento socioeconômico do país”, finaliza.
Felipe Morgado vai participar do painel “Conectando e potencializando as trajetórias da educação básica, superior e profissional para a excelência acadêmica” no GEduc 2025.
Confira seu recado aos participantes:
“O tema nos convida a um debate importante sobre como preparar os jovens para o futuro, integrando a educação profissional à educação básica e superior. É preciso formar profissionais completos e aptos a enfrentar os desafios do mundo moderno tão fluido. Sem dúvida, incluir a educação profissional de qualidade nesse processo é contribuir para um futuro mais próspero para o Brasil.”
O GEduc é o maior e principal Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS Educação, o evento reunirá mais de 70 palestrantes e 800 congressistas. Serão três dias - 26 a 28/03 - de imersão ao redor do tema central “A revolução da educação é hoje! Juntos para inovar e inspirar”. Garanta sua vaga: www.geducoficial.com.br
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