Como a abordagem do Design Thinking pode ajudar a educação?
Sensibilidade e empatia do designer auxiliam gestores na compreensão de demandas e criação de soluções para questões como o acesso à educação, a relação de ensino e aprendizagem e o desenvolvimento de um mindset empreendedor nos alunos
O Design Thinking é uma abordagem para a criação de oportunidades e resolução de problemas complexos, que é sempre desenvolvida de forma colaborativa e centrada no ser humano. Na área da educação, ela pode contribuir para qualificar os líderes e gestores para que compreendam como, nesse cenário complexo e incerto, eles podem se antecipar e inovar para atender melhor às necessidades de alunos, educadores e diretores educacionais.
“Quando analisamos o futuro da educação, percebemos que existe uma demanda muito grande dentro das grandes empresas e players pela criação de novos produtos, serviços, experiências e modelos de negócios”, diz Eduardo Carmello, diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos
Ele explica que a educação hoje tem três grandes pilares em que o Design Thinking pode ser usado. O primeiro diz respeito ao acesso. “Na pandemia, por exemplo, ficou bem clara a importância de se ter um dispositivo e uma internet mais rápida. Mas quais foram as soluções que esses líderes criaram para ampliar essa possibilidade de acesso para os alunos? Todos desenvolveram suas plataformas digitais, mas que tipo de inovação eles fizeram nas metodologias de ensino?”, questiona.
De acordo com ele, aí entra o segundo aspecto: a relação de ensino e aprendizagem. “Somos muito acostumados com a pedagogia, mas o mundo está pedindo a heutagogia, que é um aprendizado autodirigido, a singularização do ensino. Os grandes líderes e players do segmento educacional devem refletir sobre o estão fazendo para ajudar os alunos a serem heutagógicos, a conseguir interpretar melhor como eles aprendem.”
A terceira vertente é o desenvolvimento do mindset empreendedor. “Ela está relacionada a como podemos ajudar esse aprendiz a ser empreendedor para desenvolver novos projetos e a sua própria carreira.”
Segundo Carmello, quando se olha para líderes mais avançados e ligados ao futuro, eles estão trabalhando nessa trilogia: dar acesso para esse cliente ou aluno, ter uma relação de ensino e aprendizagem mais dinâmica e ativa, mais próxima do que o estudante precisa e não do que o especialista quer dar para esse aluno, e formar a mentalidade empreendedora. “O próprio Paulo Freire já falava da educação bancária, que ainda continua hoje, apenas dando conteúdos para as pessoas e não as ajudando a transformar esse conteúdo num projeto ou realização de vida.”
Para ele, a cultura educacional tem muito a mudar, mas para isso são necessários líderes que possam fazer essa transformação. “Não há inovação sem liderança que tenha competência para desenvolver essa mudança. O Design Thinking é uma dessas competências, assim como a metodologia ágil e o digital. As escolas e os líderes que entenderem isso vão poder modificar suas estruturas e qualificar seus professores para que sejam verdadeiros mediadores desse futuro”, afirma.
“Tem muita coisa para ser feita, e quem tem essa visão de futuro, o apetite por inovação e a competência do designer para compreender as necessidades da educação pode sair na frente e ser um grande visionário e ser a empresa ou o líder que vai ajudar a trazer clareza e prosperidade para os professores e para os seus alunos.”
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Eduardo Carmello vai discutir o tema “O líder como design thinker” no GEduc 2021.
O GEduc é o maior Congresso de Gestão Educacional do país. Realizado pela HUMUS, empresa que desenvolve capacitações para gestores de universidades e escolas, o evento será online e vai reunir mais de 30 palestrantes e conteúdos inovadores para discutir a “A nova era da educação e da gestão exponencial''. Serão cinco dias – de 12 a 16/04 – de imersão às novidades e tendências da área educacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link.
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